Redes Locais de Distribuição

A distribuição de gás canalizado por meio de Redes Locais, no Estado de São Paulo, busca atender regiões que, tendo usuários potenciais, estão isoladas do Sistema Principal de Distribuição. 

O Sistema Principal de Distribuição de Gás é o conjunto de dutos e demais equipamentos de distribuição interligados à Estação de Transferência de Custódia, por meio da qual recebem o gás natural.

​Ao estruturar uma rede local, a distribuidora contrata serviços de compressão e transporte rodoviário do gás natural até um ponto de recepção definido – onde o gás será descomprimido e distribuído, nas mesmas condições, inclusive tarifárias, asseguradas aos usuários da área de concessão.

Os custos com os serviços contratados para a compressão, transporte e descompressão do gás – ou para a liquefação, transporte e regaseificação –, para atender as redes locais, estão limitados aos percentuais definidos na Deliberação Arsesp nº 1.055/2020​ e são calculados com base no custo total de aquisição do gás e do transporte de cada concessionária no ano imediatamente anterior.

​Anualmente, na data do reajuste das tarifas de cada distribuidora, a Arsesp calcula as despesas com atendimento das redes locais em operação e, observados os limites, repassa a parcela de redes locais ao custo mix do preço do gás e do transporte das tarifas de todos os usuários da respectiva área de concessão. 


Até o momento, nove projetos estruturantes de atendimento por Rede Local de gás canalizado foram aprovados pela Agência, dos quais: 

  • seis estão em operação na área de concessão da Comgás; 

  • ​três projetos foram aprovados para a concessionária Necta, dos quais: 

o a Rede Local de Bebedouro já está operante;

o a Rede Local de Orlândia, cujo projeto foi aprovado em 2019, ainda não entrou em operação; e

o a Rede Local Catanduva foi interconectada, em 2020, ao Sistema Principal de Distribuição;

  • ​a concessionária Naturgy ainda não submeteu projetos de Rede Local para análise e autorização da Arsesp.

Os montantes gastos com a operação de cada um desses projetos ficaram bem abaixo do limite máximo permitido pela Arsesp, uma vez que todos são abastecidos unicamente com gás natural comprimido (GNC) provido pela própria concessionária.

O quadro a seguir resume os projetos de Rede Local aprovados pela Agência, com os montantes gastos com a compressão, transporte e descompressão (CTD) de gás, em 2021:


​​Concessionária
Projeto
Deliberação
Custos de
CTD 2021 (R$)*

​Volume
2021 (m³)​

Custo médio
por m³

​COMGÁS
​​​Analândia
​543/2014
​R$ 4.088.574,84
​3.385.585
​R$ 1,208
​Campos do Jordão
​590/2015
​R$ 2.068.004,26
​1.468.792
​R$ 1,408
​Guarujá
​631/2016
​R$ 4.447.653,55
​5.672.638
​R$ 0,784
​Atibaia-Jarinu
​709/2017
​R$ 5.306.959,87
​​9.693.684
​R$ 0,547
​Rod. Bandeirantes
​710/2017
​R$ 504.210,58
​774.977
​R$ 0,651
​Mococa
​750/2017
​R$ 2.754.279,30
​2.290.113
​R$ 1,203
​TOTAL
​R$ 19.169.682,40

​GBD
​Bebedouro
​735/2017
​R$ 3.870.583,69
​​3.647.517
​R$ 1,061
​Orlândia
​921/2019

​-
​-
​-
​TOTAL
​R$ 3.870.583,69

(*) valores sem impostos

Os valores máximos que podem ser repassados às tarifas em 2022, conforme a deliberação Arsesp nº 1.291/22, estão dispostos na tabela a seguir:


Concessionária
Custo total com
aquisição de gás e transporte em 2021*

​% máximo
permitido

​Limite de repasse
às tarifas com projetos
de Rede Local

​Comgás
​R$ 6.838.088.700,89
​1,0%
​R$ 68.380.887,01
​Necta
​R$ 483.270.504,00
​3,9%
​R$ 18.847.549,66
​Naturgy
​R$ 548.391.867,00
​3,9%
​R$ 21.387.282,81​

*Valores sem impostos